quarta-feira, 8 de junho de 2011

Amanhã será tarde demais

Alternativas energéticas limpas são tema de debate em fórum internacional realizado em Florianópolis
Por: Ellen Nemitz
Publicado em 12/12/2007 | Atualizado em 28/09/2009
Apesar dos esforços globais para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia, a previsão é de que o uso de combustíveis fósseis, principalmente gás natural e carvão mineral, crescerá cerca de 60% até 2030. A estimativa foi apresentada pelo engenheiro Júlio Passos, do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina, durante a Eco Power Conference, que de 28 a 30 de novembro reuniu em Florianópolis (SC) cientistas, políticos e representantes de governos, empresas e organizações não-governamentais de vários países para discutir energias renováveis e desenvolvimento sustentável. 



Entre os quase 200 palestrantes do fórum, estavam o economista bengalês Muhammad Yunus, laureado com o Nobel da Paz em 2006, o vice-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o cingalês Mohan Munasinghe, e o ex-presidente chileno Ricardo Lago, enviado especial para mudanças climáticas da ONU. 

Durante o encontro, o presidente do World Watch Institute (organização norte-americana que visa ao desenvolvimento humano sustentável), Christopher Flavin, disse que os investimentos em energias renováveis passaram de US$ 6 bilhões, em 1995, para US$ 70 bilhões em 2007. De 2001 a 2006, a energia solar foi a que mais cresceu (36%), seguida da eólica (24%). 

Em 2007, cerca de 23 mil MW foram gerados de forma limpa. Para atender à demanda energética mundial, os investimentos nesse setor precisam chegar a US$ 30 trilhões nos próximos 25 anos, segundo estimativas apresentadas pelo presidente do Comitê de Mudanças Climáticas do G8 e diretor do Ministério do Meio Ambiente da Itália, Conrado Clini. 

                    
Muhammad Yunus(à esquerda) cumprimenta Mohan Munasinghe durante a Eco Power Conference, em Florianópolis (foto: Glaicon Covre / Agência RBS).


O Brasil em destaque 
No cenário mundial, o Brasil tem posição de destaque no que diz respeito a energias alternativas. Segundo a diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Laura Porto, cerca de 45% da matriz energética brasileira vêm de fontes renováveis. O país é referência internacional em tecnologia de biocombustíveis e foi pioneiro no uso do álcool em veículos, ainda que motivado prioritariamente por fatores econômicos e não ambientais. 

Mais recentemente, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) implantou o Pacto de Ação em Defesa do Clima. Segundo o presidente do CEBDS, Fernando Almeida, as empresas integrantes devem estabelecer metas voluntárias para reduzir a poluição atmosférica. 

O físico brasileiro José Goldemberg, um dos assessores científicos da Eco Power Conference, disse que o etanol produzido no Brasil, além de competitivo, não polui. Segundo ele, foi possível, em pouco tempo, substituir 40% da gasolina utilizada para mover a frota de veículos no país. Na opinião de Goldemberg, essa medida contribuiu para melhorar a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo. 

Mohan Munasinghe foi enfático em seu discurso ao pedir que todas as nações participem de um esforço conjunto para reduzir os impactos do aquecimento global. “O futuro do planeta depende das atitudes que tomarmos agora”, afirmou o vice-presiente do IPCC. “Amanhã será tarde demais.

Saiba como lasers podem ajudar cientistas a “salvarem o planeta”


A expressão é vaga e complexa, mas um novo e inusitado sistema de mapeamento de florestas – por meio de lasers – pode ajudar os cientistas nessa árdua tarefa de manter o Planeta Terra um lugar habitável.
Em linhas gerais, os lasers seriam projetados de aviões, a uma frequência de 200 mil fótons por segundo. É o que promete o LiDAR (“Detecção de Luz e Alcance”, na sigla em inglês). Você deve estar se perguntando como isso pode salvar o planeta.
A destruição de florestas aparece como a segunda principal causa das mudanças climáticas – depois apenas da queima de combustíveis fósseis – e é responsável por até 20% da poluição do carbono global. Reconhecendo o problema, em uma reunião dezembro passado, na cidade de Cancun, no México, foram estabelecidas as bases para um mecanismo conhecido como REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).
A REDD funciona reconhecendo e quantificando um dos grandes trunfos das florestas: a capacidade de remover do ambiente e transformar o carbono, prejudicial, em oxigênio. Se um país provar que tem reduzido o seu nível de desmatamento (e, consequentemente, a poluição de carbono), ele receberá dinheiro por isso. Esses pagamentos podem vir de outros governos ou de empresas que buscam alcançar metas climáticas.
E é exatamente aí que entra em cena o LiDAR, que é capaz de mapear imagens aéreas com a ajuda de apenas poucas informações obtidas no chão. Os resultados alcançados criam algoritmos que permitem a utilização de imagens de satélite não só para simplesmente contar árvores, mas também para quantificar o carbono que elas contêm.
Não é impossível coletar dados estruturais de uma floresta através da medição das árvores no chão. Mas qualquer um que tenha passado algum tempo no chão da Amazônia peruana, por exemplo, sabe que a tarefa não é das mais simples. As cobras venenosas, os insetos agressivos e o calor incapacitante são o menor dos problemas. Tente colocar uma fita métrica em torno de uma árvore cujo formato do tronco não chega nem perto de um círculo ou estimar a altura de árvores cujas copas se misturam no céu da selva, a dezenas de metros no chão. Não é impossível, mas certamente não é o modo mais fácil, rápido ou barato. Ponto para o LiDAR.
Um ano e meio atrás, o sistema de lasers foi utilizado por pesquisadores da World Wild Fund (WWF) e da Universidade de Stanford, EUA em uma região da Floresta Amazônica no Peru. E os resultados foram satisfatórios. Em três semanas, 11 milhões de acres foram analisados – uma área do tamanho da Suíça – e o custo total foi de apenas alguns centavos por acre.
O LiDAR, um pequeno número de informações obtidas na terra e os algoritmos que transformam dados da estrutura da floresta em quantidade de carbono são baratos, acessíveis e incrivelmente precisos. Esses dados ainda são, além de tudo, poderosos: eles dão aos países em desenvolvimento uma ferramenta muito necessária para angariar recursos financeiros, reduzir as emissões de carbono e desacelerar a tendência doentia de desmatamento.
É tentador pensar no LiDAR como o Santo Graal. Não é bem assim. Ainda são necessários mais compromissos financeiros por parte dos governos, assim como marcos regulatórios e, principalmente, a convicçãodos dos políticos na novidade para que este precioso recurso não seja perdido. 

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Um futuro verde depende das energias renováveis



O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) tem uma nova palavra em mente: renovação.
O IPCC é encarregado de fornecer análises sobre questões climáticas para a comunidade mundial, e suas conclusões tem sido geralmente aprovadas pelos governos.
Segundo um novo relatório do painel, tecnologias renováveis poderiam suprir 80% da energia que o mundo necessita em meados do século.
O relatório analisou 164 “cenários” possíveis de desenvolvimento de energia no futuro, e aqueles em que as energias renováveis eram mais usadas resultaram em redução das emissões de gases do efeito estufa em cerca de um terço até 2050.
Quase metade do investimento atual na produção de eletricidade vai para as energias renováveis. Mas seu crescimento vai depender da existência e prática de boas políticas.
O relatório dizia que com clima consistente e de apoio à política energética, fontes de energia renováveis poderiam contribuir substancialmente para o bem-estar humano, fornecendo energia de forma sustentável e estabilizando o clima.
No entanto, o aumento substancial das energias renováveis é, técnica e politicamente, muito desafiador. Ainda assim, a expansão de energias renováveis não é limitada por qualquer noção de uma fonte finita. O relatório afirma que há energia mais do que suficiente para atender às necessidades do mundo no futuro.
O relatório demonstra claramente que as tecnologias renováveis poderiam abastecer o mundo com mais energia do que ele poderia precisar, e com um custo altamente competitivo. E essa projeção será uma referência para políticos e empresários, uma vez que representa o estudo mais abrangente sobre energias renováveis até hoje.
Atualmente, o fornecimento de energias renováveis corresponde a 12,9% da oferta global de energia. No entanto, a maior fonte (cerca de metade do total global) é a mais tradicional – a queima de madeira para aquecer e cozinhar em países em desenvolvimento.
Isso nem sempre é verdadeiramente renovável, já que novas árvores para substituir a madeira queimada nem sempre são plantadas. A tecnologia que mais cresce é conectada à rede de energia solar elétrica, que viu um aumento de 53% da capacidade instalada em 2009.
No entanto, o relatório sugere que ela continuará entre as opções mais caras por alguns anos. Já outras fontes renováveis podem ajudar a cumprir os Objetivos do Milênio.
Segundo o IPCC, das diversas tecnologias disponíveis, a bioenergia é avaliada como tendo o maior potencial para crescimento a longo prazo, seguido pela energia solar e eólica.
No entanto, os governos terão de intensificar as políticas para estimular o investimento em energias renováveis. Se eles vão fazer isso ou não será um fator importante no cumprimento das metas internacionais sobre o clima. Tal objetivo só pode ser atingido através da utilização de fontes renováveis em uma escala muito grande.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Novo Olhar!



É incrível como somos resistentes às mudanças. Durante muito tempo, pensei que eu seria incapacitada de fazer um blog, mas hoje, tive um contato com um professor meio estranho, que chegou a cantar na sala de aula, mas seu discurso me encantou e me motivou a encarar o novo. E é com muito prazer e entusiasmo que inicio esse projeto, com o objetivo de crescer, em conhecimento nesta área tão rica e de ajudar a todos que se achegarem a este espaço. Obrigada!