Autores



Genebaldo Freire Dias é graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília - UnB, onde também obteve o mestrado e doutorado em Ecologia. Atualmente, é professor e pesquisador da Universidade Católica de Brasília, onde é diretor do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão Ambiental (Mestrado e Doutorado). Atua na área de Educação Ambiental e de Gestão Ambiental. Tem vários livros publicados sobre a temática socioambiental, dentre os quais destacamos: Educação e Gestão Ambiental (Gaia, 2010), Dinâmica e Instrumentação para Educação Ambiental (Gaia, 2010), Pegada Ecológica e Sustentabilidade Humana (Gaia, 2008) e Ecopercepção: Um Resumo Didático dos Desafios Socioambientais (Gaia, 2008).

Diferentemente de uma “crise” climática, vivemos um período de “reajustamentos ecossistêmicos”, que tentam retomar a neutralidade após perturbações impostas pelo próprio ser humano ao seu ambiente. Mas isso não significa minimizar um problema que, a cada dia, revela-se com mais força diante dos nossos olhos, principalmente com sua faceta mais conhecida: o sofrimento, que também é uma “opção evolutiva”.
Essa é a análise do cientista biológico Genebaldo Freire Dias, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Confira a entrevista: 

IHU On-Line – Vivemos realmente uma crise ambiental em nível mundial?
Genebaldo Freire Dias – A palavra “crise” não se aplica aí. O que temos são reajustamentos ecossistêmicos. Reações esperadas para a neutralização de perturbações. Muitas destas, impostas por nós. Os sinais estão na mídia todos os dias. Ninguém precisa ser PhDeus para perceber.

IHU On-Line – Qual a situação do Brasil com relação às mudanças climáticas? Os órgãos públicos nacionais estão fazendo o que lhes cabe para evitar que elas se aprofundem?
Genebaldo Freire Dias – O Brasil está muito bem representado pela Comissão Interministerial. Temos cientistas renomados ali, e as iniciativas brasileiras são inovadoras. Mas ocorre uma defasagem entre o que é necessário fazer e a percepção dos tomadores de decisão nas políticas públicas. Ainda reina uma grande ignorância sobre o assunto. Os temas de segurança climática, segurança alimentar e vulnerabilidade social, por exemplo, todos ligados às mudanças climáticas globais, são ainda desconhecidos pela classe política. Dessa forma, a América do Sul é apresentada como uma das mais vulneráveis! A partir daí, todos os ecossistemas estão sob pressão.

IHU On-Line – Em suas obras, o senhor defende o papel da educação ambiental. Como é possível fomentar uma educação que leve em conta a sensibilização e a promoção de uma cultura socioambiental?
Genebaldo Freire Dias – Não vai ser por meio da coleta seletiva, da economia de água e da energia elétrica que sensibilizaremos as pessoas. Vivemos em um mundo pós-ambiental. Há uma nova insensibilidade. Evolou-se o sonho romântico do retorno à natureza intocada. Agora, estamos em outra etapa. Se não demonstrarmos por meio de práticas as consequências das nossas ações, e se não incluirmos agendas positivas nisso, não vejo saída diferente do sofrimento (que é também uma opção evolucionária!).

IHU On-Line – Algumas leituras de mundo religiosas levaram a um certo antropomorfismo. O que é necessário para desconstruir essa ideia, em termos ecológicos?
Genebaldo Freire Dias – Quando nos disseram que vivemos confinados na superfície de uma pequena esfera flutuando no espaço escuro e gelado do universo? Os mistérios da vida, o fascínio de estar vivo, de partilhar precisam ser despertos. Uma educação que sensibilize, amplie a percepção para isso.

IHU On-Line – O senhor também fala de “socioambientalismo”. Como conciliar as urgências da natureza com as urgências das populações em risco?
Genebaldo Freire Dias – Nos padrões vigentes não há conciliação possível. A equação não fecha: população crescente, consumo crescente, imediatismo, materialismo, ganância, desperdício, exclusão social, corrupção e educação e informação alienadoras formam um conjunto cruel de insustentabilidades. O desafio é que não temos mais tempo. Perdemos o momento da virada. Agora temos que arcar com as consequências. Isso significa dizer mitigação e adaptação. Foi o que fizemos. O que existe de tentativas – como gestão ambiental e seus ramos – foram e são sistematicamente burlados. Há sempre um grupo de parlamentares financiados por corporações para aprovar leis ambientais mais brandas, por exemplo. O desafio, então, é emblematicamente evolucionário.


IHU On-Line – Em outubro deste ano, organizações ambientais internacionais estão organizando a campanha 10:10:10, considerado o dia da maior mobilização local contra as mudanças climáticas em todo o mundo. Em sua opinião, qual a importância de iniciativas como essa?
Genebaldo Freire Dias – É o que está fazendo a diferença. Afinal, as pessoas já perceberam que algo está muito errado e o que se está fazendo não é suficiente para evitar a continuação dos erros Os Estados não detêm mais o poder, a eficácia e até a legitimidade para fazer isso.

IHU On-Line – Dentro da perspectiva do “Tempo para a Criação”, como podemos entender o valor da Criação a partir de uma perspectiva mais ampla, ou, como o senhor sugere, “ecoperceptiva”?
Genebaldo Freire Dias – As corporações reconhecem o valor da Criação com a mesma intensidade com que tratam Papai Noel. O novo criador é o dólar e o euro. A catedral, o consumo. A mídia e a educação completam a rede. Alimentam a neoinsensibilidade, o “dane-se” a tudo e a todos. A sensação de “independência”. Por essa razão, estimulamos em nossas práticas a percepção dessa situação. Até mesmo como tentativas. Não sabemos se vai dar certo.

IHU On-Line – Quais seriam as possíveis alternativas para um estilo de vida menos impactante e mais harmonioso com a natureza? Por onde começar?
Genebaldo Freire Dias – Não é fácil. Poucas pessoas podem ou querem abrir mão de alguma coisa. Você deixaria de comer carne (cadáver) pelo simples fato de contribuir para a redução do desmatamento, das queimadas, da perda de biodiversidade, da emissão de gases que aumentam o efeito estufa e mudam o clima? Deixaria do comer carne por questões éticas causadas pela crueldade no tratamento do gado? É fácil economizar água, energia elétrica, colocar a latinha para reciclar, essas coisas. Isso não mexe com o seu conforto, suas vontades. Mas uma decisão mais profunda mexe. Aí você não está mais disposto e rotula essa ação de ecorradicalismo, ecochatice, coisa de bicho-grilo, natureba, biodesagradável e por aí segue. Ninguém abre mão. Nem o país rico, de emitir CO2; nem o país pobre, de queimar e desmatar; e nem você, de mudar hábitos alimentares. É uma questão de escala apenas. Eis o desafio, o fascínio e o privilégio de estar presente em um momento fantástico de transição civilizatória. Ou não seria assim mesmo o caminho?

FonteRevista do Instituto Humanistas Unisinos (IHU On-Line) - Acessado às 15:08h do dia 27.03.1


MICHELE SATO
BIOGRAFIA:              
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Michele Sato possui licenciatura em Biologia, mestrado em Filosofia, doutorado em Ciências e pós-doutorado em Educação. É docente associada no Programa de Pós-Graduação em Educação na Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], sendo colaboradora nas universidades federais de São Carlos [UFSCar, SP] e Rio Grande [FURG, RS], além da Universidade de Santiago de Compostela [Espanha]. Colabora nas comissões editoriais de diversos periódicos e é articuladora de diversas redes potencialmente ambientais. Possui várias experiências nacionais e internacionais na área de Educação Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: fenomenologia - sustentabilidade - ecologia - arte - mitologia. É bolsista produtividade do CNPq e também escreve crônica e poesias.


BIBLIOGRAFIA:

SATO, Michele. Educação ambiental. São Carlos: EdUFSCar, 1996.

SATO, Michele & SANTOS, José Eduardo. Agenda 21 em sinopse. São Carlos: EdUFSCar, 1999.

SATO, Michele (Coord.) ET al. Ensino de ciências e as questões ambientais. Cuiabá: NEAD, UFMT, 1999.

SATO, Michele; TAMAIO, Irineu; MEDEIROS, Heitor. Reflexos das cores amazônicas no mosaico da educação ambiental. Brasília: WWF-Brasil, 2002.

SATO, Michele; MONTEIRO, Silas; ZAKREZSKI, Cláudio & ZAKREZSKI, Sônia. Ciências, filosofia e educação ambiental – links e deleites. In OLAM - Ciência e Tecnologia. Rio Claro: UNESP, ano I.

LEONARDO BOFF
BIOGRAFIA:
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Nasceu em Concórdia, Santa Catarina, aos 14 de dezembro de 1938. Fez seus estudos primários e secundários em Concórdia-SC, Rio Negro-PR e Agudos-SP. Cursou Filosofia em Curitiba-PR e Teologia em Petrópolis-RJ. Doutorou-se em Teologia e Filosofia na Universidade de Munique-Alemanha, em 1970. Ingressou na Ordem dos Frades Menores, franciscanos, em 1959.
Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. Professor de Teologia e Espiritualidade em vários centros de estudo e universidades no Brasil e no exterior, além de professor-visitante nas universidades de Lisboa (Portugal), Salamanca (Espanha), Harvard (EUA), Basel (Suíça) e Heidelberg (Alemanha).
É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos.
Em 8 de Dezembro de 2001 foi agraciado com o premio nobel alternativo em Estocolmo (Right Livelihood Award).
Atualmente vive no Jardim Araras, região campestre ecológica do município de Petrópolis-RJ e compartilha vida e sonhos com a educadora/lutadora pelos Direitos a partir de um novo paradigma ecológico, Marcia Maria Monteiro de Miranda.
É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos.


BIBLIOGRAFIA 

- Boff, L., Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Atica, S.Paulo 1995.
- Boff, L., Ecologia, mundialização, espiritualidade, Atica, S.Paulo 1996.
- Boff, L., Do iceberg à arca de Noé, Garamond, Rio de Janeiro 2002.
- Boff, L., Ecologia social em face da pobreza e da exclusão, em Etica da vida, Letraativa, Brasilia 2000, pp. 41-72.
- Boff, L., A nova era: a civilização planetária, Atica, S.Paulo 1995.
- Boff, L.,Eco-espiritualidade:sentir, pensar e amar como Terra, em Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Atica, S.Paulo 1995, pp.285-307.


ROBERTO CREMA
                    
BIOGRAFIA
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Psicólogo e antropólogo do Colégio Internacional dos Terapeutas (CIT), formação em diversas abordagens humanísticas e transpessoais, criador do enfoque da síntese transacional (quinta força em terapia), consultor em abordagem transdisciplinar holística e ecologia do Ser. Foi o coordenador geral do I Congresso Holístico Internacional (1987) e implementador da Formação Holística de Base, no Brasil (1989). Membro honorário da Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal (ALUBRAT), Fellowship da Findhorn Foundation (Escócia), coordenador do CIT-Brasil e reitor da Rede UNIPAZ.


BIBLIOGRAFIA:
Análise Transacional Centrada na Pessoa ,EDITORA ÁGORA Edição 4 /1985


Introdução à Visão Holística, SUMMUS EDITORIAL ,Edição 5 / 1989

Novo Paradigma Holístico,SUMMUS EDITORIAL ,Edição 3 / 1991

Rumo à Nova Transdisciplinaridade ,SUMMUS EDITORIAL ,Edição 5 / 1993

Saúde e Plenitude ,SUMMUS EDITORIAL ,Edição 5 / 1995

Visão Holística em Psicologia e Educação, SUMMUS EDITORIAL,Edição 3 / 1991

GILBERTO FREYRE 
                                                            
BIOGRAFIA:
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Filho de Alfredo Freyre, e de D. Francisca de Mello Freyre. Gilberto Freyre inicia seus estudos frequentando o jardim da infância do Colégio Americano Gilreath, em 1908. Faz seu primeiro contato com a literatura através das As Viagens de Gulliver. Todavia, apesar de seu interesse, não consegue aprender a escrever, fazendo-se notar pelos desenhos. Toma aulas particulares com o pintor Telles Júnior, que reclama contra sua insistência em deformar os modelos. Começa a aprender a ler e escrever em inglês com Mr. Williams, que elogia seus desenhos. Ocorrem suas primeiras experiências rurais de menino de engenho, nessa época, quando passa temporada no Engenho São Severino do Ramo, pertencente a parentes seus. Mais tarde escreverá sobre essa primeira experiência numa de suas melhores páginas, incluída em Pessoas, Coisas & Animais.
estudou na Universidade de Columbia nos Estados Unidos onde conhece Franz Boas, sua principal referência intelectual. Em 1922 publica sua tese de mestrado "Social life in Brazil in the middle of the 19th century" (Vida social no Brasil nos meados do século XIX,)dentro do periódico Hispanic American Historical Rewiew, volume 5. Com isto obteve o título Masters of Arts.Seu primeiro e mais conhecido livro é Casa-Grande & Senzala, publicado no ano de 1933. Ocupou a cadeira 23 da Academia Pernambucana de Letras em 1986.


BIBLIOGRAFIA:

Casa-Grande & Senzala, 1933.
Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, 1934.
Sobrados e Mucambos, 1936.
Nordeste: Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem..., 1937.
Assucar, 1939.
Olinda, 1939.
O mundo que o português criou, 1940.
A história de um engenheiro francês no Brasil,1941.
Problemas brasileiros de antropologia, 1943.
Sociologia, 1945.
Interpretação do Brasil, 1947.
Ingleses no Brasil, 1948.
Ordem e Progresso, 1957.
O Recife sim, Recife não, 1960.
Vida social no Brasil nos meados do século XIX, (1964).
Brasis, Brasil e Brasília, 1968.
O brasileiro entre os outros hispanos, 1975.


FRITJOF CAPRA
BIOGRAFIA:
 


Fritjof Capra, Ph.D., físico e teórico de sistemas, é diretor fundador do Centro de Alfabetização ecológica em Berkeley, Califórnia, que promove a ecologia e sistemas pensando no ensino primário e secundário. Ele está na faculdade de Schumacher College, Um centro internacional de estudos ecológicos na Inglaterra, e freqüentemente dá seminários de gestão para altos executivos.

Dr. Capra é autor de cinco best-sellers internacionais, O Tao da Física (1975), The Turning Point (1982), Sabedoria incomum (1988), A Teia da Vida (1996), e As Conexões Ocultas (2002). Ele co-autoria Green Politics (1984), Pertencendo ao Universo (1991), e Ecogestão (1993), e co-editado Director de Negócios para a sustentabilidade (1995). Seu livro mais recente, A Ciência de Leonardo, foi publicado em capa dura em 2007 e em paperback em 2008. Por favor, consulte o bibliografia para obter mais detalhes sobre as publicações.


BIBLIOGRAFIA:

O Tao da Física / The Tao of Physics (1975)
O Ponto de Mutação / The Turning Point (1982)
Sabedoria Incomum / Uncommon Wisdom (1988),
Pertencendo ao Universo / Belonging to the universe: Explorations on the frontiers of science and spirituality (1991),
A Teia da Vida - Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos / The Web of Life - A New Scientific Understanding of Living Systems (1996)
As Conexões Ocultas - Ciência para uma Vida Sustentável (2002)
A Ciência de Leonardo Da Vinci.


ENRIQUE LEFF
BIOGRAFIA:


Economista mexicano, doutor em Economia do Desenvolvimento pela Sorbonne (1975), é professor de Ecologia Política e Políticas Ambientais na Pós-Graduação da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e, desde 1986, coordenador da Rede de Formação Ambiental para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Leff também é conhecido no Brasil como professor do Curso de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná.



BIBLIOGRAFIA


-Ecologia, Capital e Cultura
Editora: Vozes
Ano: 2009
Número de páginas: 440

- Epistemologia Ambiental
Editora: Cortez
Origem: Nacional
Ano: 2002
Número de páginas: 240
- Ecologia, Capital e Cultura: Racionalidade Ambiental
Editora: Edifurb
Ano: 2000
Edição: 1
Número de páginas: 373
- Racionalidade Ambiental a Reapropriação Social da Natureza
Editora: Civilização Brasileira
Ano: 2006
Número de páginas: 555
- Complexidade Ambiental, A
Editora: Cortez
Ano: 2003
Número de páginas: 342